Uma onda de patriotismo invadiu o país. Um tsunami verde e amarelo, que inundou lojas, ruas, casas e armários. "Green and yellow is the new black!", diriam as mais descoladas. O hino nacional lidera a lista dos top hits da semana; nas suas versões infantis, semi-analfabéticas, parodiadas ou mesmo ensaiadas - nem que seja somente a estrofe que é cantada nos estádios. Mas, até quando?!?
A Copa termina na metade de julho e, se o Brasil chegar à final, ainda veremos muito das cores nacionais por aí. Finda a competição, o que sobrará desse repentino sentimento de amor à pátria?!? É bonito, mas ocasional. A verdade é que somos patriotas somente nas vitórias. Comemoramos medalhas, troféus, premiações, primeiros lugares, como se fossem de cada um de nós; mas ignoramos os problemas diários como se não fossem da nossa conta.
Sempre admirei em filmes americanos a quantidade de bandeiras espalhadas por escolas, prédios, casas, bairros inteiros. Um amor que transcende e gera o orgulho que aparece no brilho do olhar e se manifesta na união nacional. Infelizmente, nunca vi nada parecido no Brasil, exceto em época de jogos.
Quero esse patriotismo na escolha de um candidato que não me traga somente benefícios pessoais, na cobrança das promessas de campanha, na exigência do uso adequado das verbas públicas, na consciência da conservação da limpeza urbana, na preservação ambiental, na valorização de nossas raças, cores e idioma... enfim, um patriotismo cotidiano.