Tributo à Legião Urbana

Evitei escrever sobre esse assunto na última semana, mas devido à quantidade de reprises da MTV e à repercussão que ainda gera, não pude evitar.

Que a Legião Urbana é uma das maiores - senão a maior - banda de rock dos anos 80, todo mundo sabe. Não pela excelência de seus músicos, mas graças à poesia e à personalidade marcante do seu líder, Renato Russo.

Que o Wagner Moura é um do atores mais talentosos da sua geração, todo mundo sabe também. Figura quase onipresente no cinema, teatro, TV e propagandas, é o intérprete de personagens marcantes como o Capitão Nascimento do megasucesso "Tropa de Elite". 

Mas o que eu queria saber é quem achou mesmo que essa junção daria certo!?!?!

Substituir Renato Russo já é um ato ousado para qualquer cantor, quiçá para um ator que, pela primeira vez, não conseguiu convencer no papel. Ser vocalista de um banda "obscura" (como o próprio definiu) chamada Sua Mãe, não o qualifica para tal feito. O que se viu foi um espetáculo visceral mas, por inúmeras vezes, sofrível de assistir. E ouvir.

Longe de mim querer parecer um fã xiita da Legião Urbana - coisa que realmente não sou -, mas como admirador de uma banda que foi trilha sonora da minha adolescência e juventude, e amante de uma boa música, achei uma escolha totalmente equivocada. Apresentação melhor aconteceu no último Rock in Rio, com a participação da Orquestra Sinfônica Brasileira e vários cantores convidados. Sim, cantores. 

Talvez a única coisa que mereça elogio foi a escolha do repertório. Deu para matar a saudade de grandes canções, como "Andrea Dória" e "Fábrica", dentre outras.

No mais, não vejo sentido em comemorar o aniversário de algo que não existe mais. Alguém faz festa de aniversário para parentes mortos??? Só mesmo no México. Mas dos males, esse foi o menor.